A Polícia Federal (PF) identificou a participação de parlamentares em um esquema de fraudes bilionárias no INSS que lesou mais de 7,6 milhões de aposentados e pensionistas. A investigação, que revelou desvios de aproximadamente R$ 6,5 bilhões, foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal devido ao foro privilegiado dos congressistas envolvidos.
O caso veio à tona após a deflagração da Operação Sem Desconto em abril, quando a PF, em parceria com a Controladoria-Geral da União, descobriu um esquema complexo de descontos indevidos em benefícios previdenciários. As investigações apontaram que 11 entidades parceiras do INSS, incluindo associações e sindicatos, realizavam cobranças não autorizadas nas folhas de pagamento dos beneficiários.
Segundo relatório da CGU, cerca de 1,2 milhão de pessoas registraram reclamações sobre descontos irregulares, e aproximadamente 98% dos aposentados e pensionistas foram vítimas dessa prática criminosa. As fraudes ocorreram entre 2019 e 2024, período em que as organizações investigadas realizavam descontos de mensalidades sem o consentimento dos beneficiários.
O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, garantiu que todos os prejudicados receberão ressarcimento integral até 31 de dezembro deste ano. O processo de devolução dos valores já teve início, começando pelos descontos realizados na folha de pagamento de abril. O governo federal ainda discute os critérios e as formas de ressarcimento para os demais casos.
As investigações ganharam nova dimensão ao alcançarem o Congresso Nacional. De acordo com informações do jornal O Globo, um número significativo de parlamentares está citado nas apurações, indicando uma possível rede de influência política no esquema fraudulento. O caso segue sob sigilo no STF para preservar as investigações em andamento.
*Com informações Revista Oeste